Em A vontade de mudar, bell hooks faz uma sentida declaração de amor aos homens - o que não significa que tenha se esquecido de tecer duras críticas à masculinidade hegemônica, analisando a fundo o abuso, a dominação e a violência exercidos pelos homens dentro e fora de casa. À diferença de outras investigações sobre o universo masculino, porém, aqui a autora considera que o xis da questão não está nos homens em si, e sim no patriarcado - ou melhor, no "patriarcado supremacista branco capitalista imperialista", que, claro, tem sido implementado pelos homens, mas é sustentado também por mulheres, com prejuízos a toda a sociedade. Essa é a chave de interpretação em torno da qual bell hooks aborda temas como infância, trabalho, sexo, cultura,mídia, espiritualidade e, obviamente, amor, em busca do que denomina "masculinidade feminista", que nos permitirá caminhar rumo à libertação.