Diferentemente das abordagens religiosas ou esotéricas bastante comuns na atualidade, optou-se, neste livro, por uma reflexão filosófica sobre a temática Educação e Espiritualidade. Para tanto, localiza-se a Espiritualidade como realidade transcendente, que faz parte das dimensões básicas (físico, sensorial, emocional, mental e espiritual) da realidade e do ser humano. Ela assume um papel norteador na ideia regulativa da humanização como meta da Educação. Por humanização, compreende-se cuidar da presença dessas dimensões básicas, em especial a espiritual, nas dimensões temático-transversais (relacional-social, prático-laboral-profissional, político-econômica, comunicativa, sexual-libidinal, de gênero, étnica, estético-artistica, ética, místico-mágico-religiosa, lúdica, ecológica e volitivo-impulsional-motivacional) do ser humano. A polêmica relação entre o imanente e o transcendente é refletida através dos conceitos de liberdade, intuição, sujeito e linguagem; a questão da eternidade, a partir de uma hipótese de Gotthold Ephraim Lessing sobre a insuficiência de uma vida para as aprendizagens humanas necessárias. A conceituação da Espiritualidade fornece os subsídios necessários para localizar as tarefas educacionais que permitam a sua inclusão na Educação, que nos tempos atuais se concentra quase que unicamente nas dimensões imanentes do ser humano.