[...] Os autores chamam a atenção e propõem caminhos relativamente à dimensão complexa e multicultural presente na escola, sublinhando os bons caminhos da interculturalidade, à importância da dimensão filosófica na formação do educador e nas suas ações, a aspectos importantes do processo ensino-aprendizagem e do que envolve a dinâmica curricular. Nesse contexto, enfatizam a necessidade de repensar o trabalho com o conhecimento na educação escolar buscando algo enfaticamente proposto por Morin e traduzido na feliz expressão de um dos autores (Barbosa, 1997), ao afirmar que esta nova perspectiva requer uma passagem do império da simplificação para a república do complexo. Para Morin, a modernidade ao se submeter ao império da simplificação, superestimou a análise e subestimou a síntese. Trata-se, segundo ele, nem de superestimar a primeira e nem de subestimar a segunda, e sim de estimar igualmente a ambas na direção de uma maneira de pensar que realmente leve em conta a complexidade do real, buscando, por isso, a necessária religação dos saberes, desligados, indevidamente, por circunstâncias históricas. Isso significa buscar, porque possível, uma abordagem multidimensional, multirreferencial, transdisciplinar e, portanto, complexa da realidade. Maneira de pensar esta que deve estar presente no trato com o conhecimento nas escolas e também na maneira de se buscar conhecer a própria educação escolar [...].