Em Sombras de azienda (azienda, em italiano, significa empresa), guardadas as devidas proporções, o autor traça um paralelo com o modus operandi da máfia italiana, (Máfia siciliana: Cosa Nostra, Máfia napolitana: Camorra e Máfia calabresa: Ndrangheta) que, entre outras especialidades criminosas, se aproveita da instabilidade do mercado e adquire empresas em setores que apresentam prejuízos, momento em que alguns setores da economia se encontram em crise de liquidez, porém potencial de crescimento, ou então se infiltra nas empresas, formando as quadrilhas com ações que têm como objetivo minar seus lucros para depois comprar tais empresas a preços módicos. O livro faz uma abordagem sob a luz de eventos reais, mesclada com ficção, na qual seus protagonistas, cujos nomes foram alterados, montam um esquema de desvio de dinheiro, minando os lucros da empresa, com o objetivo de beneficiar seus partícipes. O detetive Mel se infiltra em uma grande empresa para investigar irregularidades e acaba descobrindo uma organização criminosa comandada por chefes de departamentos, que se configura em um mecanismo de fraudes e desvio de dinheiro, em que a cobiça e a mentira sustentam o esquema ganancioso, levando seus partícipes a cometerem crimes em um cenário de suspense, violência e injustiças. Sombras de azienda traz à baila a constatação de que não é somente na administração pública que há corrupção, mas também nos meios corporativos. É nessa realidade nebulosa que Mel se vê no Rio de Janeiro, em terreno movediço, inseguro e com o perigo se apresentando a cada esquina, com seus algozes sempre à espreita, confrontando-o em vários momentos, exigindo do detetive toda a sua experiência e perspicácia para escapar das armadilhas engendradas pelo inimigo, obrigando-o a fazer de tudo para proteger sua vida.