O livro propõe uma reflexão teórica sobre a complexidade que envolve os processos de criação em equipe. Trata-se de uma discussão que supre uma área com bibliografia escassa e amplia o campo de ação da chamada "crítica de processos de criação", alimentada pelo acompanhamento de diferentes percursos criativos, no cinema, nas artes cênicas, na dança, no design, na moda e na música. É discutido, inicialmente, o potencial das relações do sujeito com o grupo, colocando em questão a dicotomia processo de criativo individual ou coletivo. Em seguida, é proposta uma imersão numa grande diversidade de exemplos de documentações de processo, enfrentando, assim, a expansão crescente de arquivos da criação, sob a forma de registros fotográficos e audiovisuais que geram, entre muitas outras questões, diferentes formas de documentários, explorando de modos diversos as relações entre processo de criação e obras.Em meio ao objetivo da publicação, é apresentado o conceito de criação como rede construção para auxiliar a leitura dessa vasta e complexa documentação. É dado especial destaque às tendências dos processos, sob o ponto de vista da construção do projeto artístico e das práticas comunicativas. A reflexão teórica proposta dá-se, portanto, neste ambiente teórico, a partir da discussão de alguns aspectos recorrentes nas redes dos processos de criação em grupo: contexto de produção, formação do grupo, construção e comunicação do projeto comum do grupo, efeitos subjetivosno contexto dos encontros, diferentes modos de trabalho e espaço de trabalho. As considerações finais se dão em diálogo com a experimentação contemporânea, que, em muitos casos, propõe novas possibilidades artísticas, colocando muitas das características dos processos de criação em grupos em evidência.