A responsabilidade parental é um dever que precisa estar em consonância com o melhor interesse e a proteção integral de crianças e adolescentes. Com o advento da Sociedade da Informação, as relações sociais, em especial entre pais e filhos, passarampor modificações, incluindo as tecnologias de comunicação como itens partícipes da rotina familiar. No momento em que o processo comunicacional entre adultos e crianças é inviabilizado ou torna-se deficiente pelo uso excessivo de celulares e computadores por parte de pais, mães e responsáveis, é necessário entender até onde a parentalidade distraída é capaz de interferir na esfera infantojuvenil e afetar o crescimento biopsicossocial de sujeitos em desenvolvimento. O desafio é compreender as nuances jurídicas, mas também as facetas sociológicas e psicológicas de uma interferência no dever parental de cuidado. A mediação surge como resposta adequada para uma situação complexa e profunda, assim como tantas demandas em tempos pós-modernos. É preciso resgatar princípios sensíveis da comunicação humana para fortalecer relações e reconectar sujeitos que ficaram separados em meio ao silêncio dos caracteres. Não há que se falar no abandono absoluto do uso de tecnologias da informação pelos adultos, mas se faz razoável entender que relações oriundas da parentalidade contemporânea necessitam de um olhar mais cuidadoso e, se possível, sem o cair de conexões.