Este livro é resultado de uma pesquisa do Mestrado Profissional em História da África, da diáspora e dos povos indígenas pela UFRB. Como professora de história e mulher, sempre me preocupei com a invisibilidade das mulheres negras nos manuais didáticos da Educação Básica. Essa inquietação levou-me a investigar a história de Zeferina, líder do quilombo do Urubu, procurando evidenciar a participação feminina nos mocambos. Além disso, quando abordamos sobre quilombos, sinalizamos apenas a experiência do quilombo dos Palmares e a figura de Zumbi, o que nos faz pensar esses locais como masculinizados. Este conto, além de tratar questões de raça, gênero, interseccionalidade e movimento de resistência escrava, nos convida a conhecer, através da história da adolescente Zeferina, o quilombo do Urubu e a liderança de Zeferina, atravessando discussões sobre o racismo estrutural e assunção da identidade étnica. Neste livro, passado e presente se entrelaçam, mostrando que, assim como Zeferina no passado reagiu às dificuldades que passava, as Zeferinas do presente podem reagir e lutar contra as adversidades. A narrativa de Zeferina do quilombo do Urubu vislumbra as experiências de mulheres negras durante a escravidão e as estratégias utilizadas por essas para sobreviverem. Logo, este conto serve de inspiração para pessoas que se sentem indiferentes, descolonizando o pensamento eurocêntrico presente em nossas escolas.