Em linguagem poética, a história criada por Miguel Sanches Neto coloca a criança em contato com o uso especial do código linguístico - exploração do som, da melodia, das rimas, do ritmo, das aliterações e dos símbolos. Esse jogo verbal tece a história de uma simpática e generosa cobrinha. Desde cedo, a cobra/ sempre foi muito boa./ Emprestava sua bola,/ dava cola na escola/ carregava na sacola/ um monte de chiclete/ pra dar pras serventes. É casada agora,/ mas continua a mesma cobra./ Há sempre uma vizinha/ querendo uma dose/ de veneno de cobra/ ou vizinho pedindo uns cobres./ E Dona Cobra tudo dá,/ sem nem se incomodar. À tarde, seu marido/ sempre chega uma cobra. A solidariedade, o desprendimento e a amizade vividos por Dona Cobra podem também ser vivenciados no mundo dos homens para uma convivência mais harmoniosa.