A história se passa na Roma de Maximiano (imperador ocidental, colega de Diocleciano, então imperador do oriente). A protagonista, uma jovem chamada Fabíola, é filha de uma família patrícia, primorosamente educada e cultivada nas mais rigorosas virtudes latinas. Como romana tradicional, nutria o multissecular preconceito de sua classe pelos cristãos, alimentado por inumeráveis boatos e calúnias disseminados há muito contra aquela gente. Mas em razão de um incidente corriqueiro, Fabíola começa acompreender no que consiste em verdade aquela doutrina estranha. E quão surpreendida se vê ao constatar que todos os homens e mulheres que mais admirava eram, em segredo, cristãos, inclusive sua admirada e adorada prima, a virtuosa Inês.Em seu longo caminho rumo à conversão, Fabíola convive com uma multidão de heróis dispostos a testemunhar sua fé em Jesus Cristo sem fazer caso das ameaças dos perseguidores. Dentre eles o jovem Pancrácio, rapaz de quatorze anos que ansiava por oferecer seu sangue por Cristo; Tarcísio, pequeno acólito que morrerá para não entregar a Eucaristia aos pagãos; o corajoso centurião Sebastião, que proclamará sua fé em praça pública, diante do imperador; Cassiano, morto pelos alunos pagãos ao ser descoberto cristão; e sobretudo Inês, moça que, apesar de sua pouca idade e de sua fragilidade física, demonstrará possuir espírito de bronze suportando o martírio para não violar o voto de castidade que fizera a Jesus Cristo.Nesta bela história, o Cardeal Wisemanlogra traduzir em romance a coragem e o heroísmo, mas também a angústia e o medo dos primeiros cristãos em seu derradeiro sacrifício. Consegue, ademais, representar na pessoa de Fabíola o que se deu com a civilização clássica naquele agitado século IV: trata-se, a protagonista, de uma moça refinada e bem-educada, filha do que de melhor o mundo antigo produziu, mas com a alma vazia e sem esperança, tal qual o mundo romano. E como este, Fabíola encontra finalmente a felicidade e o repouso há tantoansiados n´Aquele que se lhe apresenta como o Caminho, a Verdade e a Vida.Como todo romance histórico, o autor permite que sua criatividade enverede por searas ficcionais, situando em um mesmo momento santos que não conviveram (como São Tarcísio,que não morreu sob Diocleciano, mas sob Valeriano, quase quarenta anos antes) e criando personagens (como a própria Fabíola e a pobre Cecília, que não devem ser confundidas com Santa Fabíola e Santa Cecília, cujas vidas são muito distintas das person