As crônicas têm uma linguagem direta, objetiva, com poucas figuras de linguagem, carregadas de um humor sutil. O narrador se dirige ao leitor buscando uma cumplicidade com ele, como se estivesse contando as histórias a um amigo que acabou de conhecer. Compartilha com aquele que o lê a sensação de assombro diante de tudo o que foi vivido e um pouco do desconforto que é estar sempre sem saber se, nesse mundo, controlamos ou somos controlados.A escolha por trabalhar com textos curtos, ao lado de outros mais longos, é inteligente, pois retira a previsibilidade do material como um todo, criando movimento. A linguagem é, quase sempre, usada com clareza e precisão. Não há, em geral, frases excessivas. O autor transmite suas ideias de forma eficaz num estilo próprio, que, positivamente, não busca imitar autores conhecidos.Ana Lucia Vieira de Andrade