Embebido... Não. Encharcado (o narrador certamente esculhambaria o primeiro adjetivo como algo incrivelmente pernóstico) de frases ferinas, sarcasmo feroz e deboche deslavado, este A Misteriosa Morte de Miguela de Alcazar é um típico Lourenço Cazarré. Imagine um improvável simpósio dos maiores escritores de romances policiais do planeta. Coloque-o em um hotel chinfrim em uma não menos improvável Brasília. Está pronto o cenário para esta sátira escrachada de um romance policial - com pitadas de estudo quase científico das entranhas do jornalismo e da literatura. Para completar o quadro, o narrador e personagem principal desta história é um estranhamente verossímil repórter policial gaúcho, Campestre de Campos Campelo. O dito-cujo percorre acapital federal em um Fusca amarelo ano 1968, "vulgarmente conhecido" como "Revolução de Maio", e armado apenas de impagáveis reflexões filosóficas e de um dialeto gaudério de rolar de rir. Intimado pelo editor do jornal onde trabalha, o Correio de B