Os leitores encontrarão em A roda do mundo: a Capoeira Angola em tempos de globalização a combinação equilibrada de finas informações etnográficas sobre a Capoeira Angola com instigantes insights antropológicos. Os capoeiristas que se interessarem pelo livro poderão, sem dúvidas, aprender algo novo sobre o universo do qual participam. Aqueles que, eventualmente, estiverem menos familiarizados com a antropologia serão atraídos, graças à escrita convidativa e "hospitaleira" de Celso de Brito, por uma disciplina fascinante. Isto é, por uma ciência, a antropologia, cuja perícia consiste em incorporar - com a sensibilidade do alquimista - a experiência concreta dos atores e - com a objetividade do químico - as combinatórias dos elementos observados pelo analista. Já os antropólogos iniciados encontrarão nesta obra um espelho multiplicador. Nele poderão se (re)conhecer, mas, sobretudo, poderão constatar, mais uma vez, que a condição - ou o segredo - do bom uso da teoria antropológica reside no fato de ela assumir - evocando Mariza Peirano - a forma de uma "teoria vivida".