"Na literatura argentina, Aira goza do raro privilégio de criar beleza, à maneira de Oscar Wilde ou de Fellini. Fabricar objetos exóticos, que uma vez no ar se tornam necessários e inevitáveis."Leonardo MoledoClarín"Falando de excentricidades, precisamos olhar para o Sul, ali daremos com o escritor que na atualidade talvez seja o mais original e chocante, o mais excitante e subversivo da narrativa hispânica: César Aira."lgnacio EcheverríaEl PaísBrevidade e deriva abrem caminho a um intransferível encantamento e conformam os protocolos de uma lei narrativa para introduzir-se nos textos de Aira. Fazê-lo não requer proezas, somos conduzidos pelo sedutor cintilar dos detalhes. Esse fluxo intermitente promete com entusiasmo que, ao adentrarmos em cada ponto, com a paciência luxuosa de um miniaturista, encontraremos uma lição de literatura, que tenta tornar transparente a realidade no texto, Nessas prosas a narração funciona como uma digressão argumentativa e detalhista, animada por uma alegria transfiguradora que tira partido dos pontos cegos na repetição da máquina literária.A linguagem de Aira foge para adiante, absorvendo os mais diversos estereótipos da cultura - os produzidos pelos gibis, pelo cinema, pelo teatro, entre outros - e seu sistema de empatias, com o objetivo de extenuá-los e abrir, a partir destes, sua diferença inovadora. Sempre do lado da espontaneidade, as prosas deslizam animadas por um principio de incerteza, como precários sistemas abertos em direção a um todo que não deixa de mudar. Essa aventura textual é apresentada em suas prosas como se se tratasse de uma máquina de fraseados e de parágrafos, onde o objeto é um precário lampejo avançando sob o comando de um piloto automático e a obra apenas uma "musicola", como a definia seu genial compatriota Osvaldo Lamborghini.Adrian Cangi César Aira nasceu em 1949 na cidade de Coronel Pringles, Argentina, e mora em Buenos Aires desde 1967.Romancista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, foi editado na França, Inglaterra, Itália, Espanha, México, Venezuela. No Brasil, sua novela O vestido rosa foi incluída na antologia Nova narrativa argentina (Iluminuras, 1990). Publicou mais de quarenta livros, entre eles: Ema, la cautiva (1981). La luz argentina (1983), La liebre (1991), Embalse (1992). Los misterios de Rosario (1994), El infinito (1994), La abeja (1996), La serpiente (1997), El s