Com o tema "velhice e ancianidade", o presente livro, de forma inédita e surpreendente, dedica-se a um assunto pertencente à antropologia bíblica. Procura-se, nos cinco livros do Pentateuco ou da Torá - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio - pelas setenta e uma presenças da raiz verbal hebraica comumente traduzida como "ser velho/envelhecer" e por algumas expressões correlatas. Ao visitar e interpretar cada trecho em que o vocabulário em questão figura, detecta-se, de forma abrangente, o que ocorre de reflexão sobre velhice e/ou ancianidade nessa milenar obra literário-religiosa.O Pentateuco constitui a primeira parte em todas as Bíblias usadas na comunidade judaico-cristã. As demais partes da Sagrada Escritura - Livros Históricos e Sapienciais, Profetas e Novo Testamento -, em princípio, pressupõem o que as narrativas, os poemas líricos e os conjuntos de leis, formadores do Pentateuco, trazem de reflexão religiosa e/ou teológica consigo. Portanto, para quem quer conhecer a Bíblia - a qual, além de Palavra de Deus para judeus e cristãos, é patrimônio cultural da humanidade - o bom conhecimento do Pentateuco é primário e/ou fundamental.Por fim, vale fazer a seguinte descoberta: por mais que o Pentateuco, composto entre 1000 e 400 a.C., narre o mundo do segundo milênio antes de Cristo, surpreende a atualidade daquilo que esses textos antigos se propõem a ensinar. A temática de "velhice e ancianidade" é um bom exemplo disso. Assim, o diálogo com essas milenares tradições literário-religiosas pode tornar-se uma inspiração em busca de uma maior humanização das relações vividas na contemporaneidade.