"No começo foi difícil. Eu sentia falta de Fratterosa, das minhas primas e amiguinhas de lá, e principalmente de nonna Gemma e suas fábulas, e tinha vontade de chorar. Então me trancava na latrina, o único lugar onde podia ficar sozinha, e chorava e dizia bem baixinho, para ninguém ouvir: quero ficar com você, nonna, eu não gosto de Roma! As meninas daqui me chamam de boba e caipira, e dão risada do jeito que falo. Vem me buscar, nonna, conte-me de novo aquelas fábulas tão lindas! Vem me buscar, vem me buscar! E chorava, chorava, até al-guém bater na porta da latrina perguntando:vai demorar?"Ao narrar suas memórias de infância, Liliana Laganá cria a sua própria fábula: Era uma vez uma menina que decidiu cruzar o oceano e reivindicar a salvação de sua história e a ocupação de seu espaço na Roma do pós-guerra. Partindo de uma realidade de penúrias, Adeus às fábulas é uma saga de fascínio visceral e encantamento mágico.