O instigante livro de Marcos Paulo Amorim nos convida para uma compreensão fina de como, na África do Sul, durante o período de consolidação do controle britânico, ocorreram os processos que marcaram os caminhos da segregação racial e a implantação de um modelo atrasado e exploratório de capitalismo, fundamentando um processo de "disciplina civilizadora", cuja implementação consolidou a desigualdade e a apropriação de terras e riquezas. Trata-se, portanto, de um sofisticado e, ao mesmo tempo, violento sistema de segregação: fortalecido pelo tensionamento das reações dos povos originários - em especial os Zulu.