Escrito no rescaldo do 11 de Setembro e em meio à retórica "conosco ou contra nós" da Guerra ao Terror, Agenciamentos Terroristas: homonacionalismo em tempos queer se tornou uma referência incontornável para questionar como discursos em torno da sexualidade e da branquitude são mobilizados a serviço da guerra, da construção da nação e das políticas de segurança. Em tempos tanto de afirmação de direitos de minorias como marcados pela proliferação de paixões nacionalistas e espaços de exceção, Puar oferece uma leitura que entrelaça estudos queer e estudos de segurança para se perguntar pelas conexões entre a produção de sujeitos de direito e suas correlatas populações descartáveis.Jasbir K. Puar argumenta que configurações de sexualidade, gênero, raça, etnicidade e classe estão passando por novas modulações em relação às forças contemporâneas de securitização e nacionalismo. Ela examina como as políticas liberais incorporam determinados sujeitos queer ao rebanho do Estado-nação. Essas incorporações deslocam certas pessoas queer de sua construção como figuras da morte (por meio da epidemia de AIDS) para sujeitos vinculados a ideias de vida e produtividade (casamento gay e parentesco reprodutivo). Puar argumenta, no entanto, que essa tênue inclusão de alguns sujeitos queer depende da produção de populações de corpos terroristas orientalizados. Analisa, então, como políticas de tolerância, muitas vezes usadas para incluir minorias como a comunidade LGBT+, têm implicações raciais. Ideologias heteronormativas nas quais o estado-nação dos EUA há muito tempo se apoia são agora acompanhadas por ideologias homonormativas que replicam ideais raciais, de classe, de gênero e nacionais. Esses "homonacionalismos"são empregados para distinguir patriotas estadunidenses de terroristas perversamente sexualizados e racializados - especialmente sikhs, muçulmanos e árabes - que são isolados para detençãoe deportação.