Ágil mesmo nu é a primeira coletânea de poemas de Miguel-Manso publicada no Brasil, e reúne trabalhos de quase todos os seus livros, publicados em Portugal desde 2008, além de poemas inéditos. De acordo com o autor, responsável pela seleção e pela organização do conjunto, a proposta do volume é lançar um olhar panorâmico sobre sua poética, organizando os poemas não de uma forma cronológica, mas experimentando outras relações entre os textos.No posfácio à obra, Patrícia Lino afirma:"A poesia escrita hoje em língua portuguesa pode ser dividida generalizadamente em três. A dos poetas de umbigo grande, que rebola e se contorce exasperadamente sobre si e que, ao não se desdobrar em técnica, perdeu há muito tempo o ouvido. A dos karatekas bodybuilders que se desdobra em técnicas várias e que, ao fazê-lo de modo excessivo, se assemelha à prática de um fitness métrico, e nada diz. E a dos que, sem esquecer a forma, não só ampliam substancialmente as perguntas narcísicas dos primeiros, como também escrevem a partir do privilégio, dos outros e das coisas, buscando, com algum e confirmado fracasso, respostas e, sobretudo, mais perguntas que, por serem tão coletivas quanto difíceis, encaram humildemente a vida e os percalços do ofício. Miguel-Manso pertence ao último grupo."