Quando o oráculo de Delfos disse a Sócrates que ele era o homem mais sábio de Atenas, ele inicialmente não acreditou. Foi conversar com pessoas proeminentes, generais, políticos, e descobriu que ele sabia algo fundamental, que os outros ignoravam. Ele sabia questionar, sabia que vida é narrativa, e que a nossa narrativa é uma entre infinitas. Só sei que nada sei.Parte do trabalho do psiquiatra e do psicoterapeuta é ajudar nosso paciente a enxergar e construir esse seu mapa mental, conectando e dando sentido a suas emoções, pensamentos e comportamentos. As emoções e relacionamentos são matéria prima da vida e da psiquiatria e são também do cinema. Aqui temos uma primeira grande interlocução entre a psiquiatria e o cinema. Os transtornos mentais, a psiquiatria e a psicoterapia sempre foram tema de filmes, em uma relação rica, ampla e por vezes conturbada. Os artistas não têm os pressupostos teóricos das doenças mentais, algumas vezes terão um olhar original e surpreendente, outras vezestambém equivocado e reforçando lugares comuns e estigmas. O livro propõe uma viagem pelas representações da psiquiatria, transtornos mentais e psicoterapias por meio no cinema, seus gêneros e alguns de seus principais autores. Cada capítulo tem um tema central, abordado de forma acadêmica por alguns dos maiores especialistas do país. Em cada capítulo trazemos filmes, seja como forma de ilustração, seja como forma de discussão dos temas abordados propiciando um aprendizado que, acreditamos, é aomesmo tempo sólido e lúdico.