Neste livro é possível perceber que a arte contemporânea, com a dissipação do sentido, inclina-se a instaurar e tornar perene um novo real, hiper-real, simulacional, marcado pelo dinamismo de uma linguagem aglutinadora de sons e imagens cada vez mais velozes que, pode ser intuído em termos de sua própria incompletude. Na arte de agora... agora, temas e significados se aglutinam e entrecruzam, criando uma teia de linhas emaranhadas que se reverberam em uma multiplicidade potencial dos sentidos por meio de uma operação artística que esvazia a ideia do mundo como significado pleno e linearmente apreensível. A estetização da forma, a estruturação da linguagem e a padronização das criações artístico-literárias não se aplicam às novas concepções literárias em plena e constante transformação. Nisso, entende-se a grande ramificação e diversidade de produções artísticas. Entender essas novas produções é imaginar a representação artística, conforme Deleuze, como uma grande árvore que é sustentada por uma cadeia de raízes, sendo que, na medida em que se aprofundam na terra, mais se multiplicam em si mesmas.