Em 28 de agosto de 1979 foi aprovada a lei de anistia, sendo considerada - tanto pela imprensa quanto pela academia - um importante marco na transição da ditadura para a democracia. Entretanto, foram poucas as pesquisas que buscaram compreender, especificamente, a inserção da anistia na construção da agenda de transição. Foi esse o esforço que orientou o texto aqui exposto. Para tanto, foi necessário analisar: as dinâmicas dos movimentos em favor da anistia; as articulações e discussões parlamentares em torno da lei; além da relação entre essas mobilizações e as demais ações oposicionistas. O livro apresenta uma análise singular desse processo, ao mostrar a articulação entre os diferentes aspectos do tema: a construção da anistia no imaginário social marcado pelas tensões entre as diferentes concepções; a discussão parlamentar acerca do tema e a relação do parlamento com os movimentos sociais; e, por fim, a inclusão da anistia em uma agenda conjunta com a reforma partidária que conduziu à dispersão das forças políticas de oposição.