As experiências totalitárias do século XX mostram que ideias ruins causam problemas terríveis, quando tomam muitas mentes e conquistam o Estado. No século XXI, estamos para aprender, ainda, os estragos que causam as ideias totalitárias quando tomam conta do Estado, das corporações bilionárias e das elites intelectuais sem, no entanto, tomarem as mentes do povo - que é prontamente tachado de fascista.O propósito deste livro é em parte destrutivo, e em parte construtivo. É destrutivo porque se volta a explicar em que consistem essas ideias, por que elas são más e por que devem ser eliminadas de nossa sociedade. E é construtivo porque serve para mostrar que ideias têm impacto sobre a vida da sociedade; e que elas não só podem ser muito melhores, como já foram - inclusive no Brasil. A proposta será a de encarar a missão que temos pela frente como a de abolir a escravidão, tanto na sua forma mais perniciosa, quanto na mais corriqueira. A mais perniciosa é a escravidão da alma, que faz do homem apenas um negro ou um branco, em vez de João ou Pedro. (João é livre para pensar o que quiser. Alguém que anula a sua consciência e se enxerga como parte compulsória de um movimento ideológico racialista, não.) E a escravidão mais corriqueira, hoje, é a que rouba o nosso trabalho para engordar políticos e monopolistas, os quais, a seu turno, engordam serviçais que usam a palavra para escravizar almas.