Há nove anos iniciávamos as discussões sobre artes e relações internacionais que resultariam na organização de As Relações Internacionais e o Cinema. À época já estávamos há algum tempo na carreira docente, Edson caminhando com o ensino de História eCristine com o ensino do Direito. Um ano depois, em 2012, iniciaríamos ambos a lecionar em cursos de Relações Internacionais. Como colegas de pós-graduação, colegas de carreira docente nas Relações Internacionais e professores atentos ao aprendizadode nossos alunos, a discussão sobre como ensinar melhor e como estruturar métodos e estratégias de ensino mais eficientes para interessar os estudantes e sensibilizá-los a realidades ou dinâmicas muitas vezes nada familiares, estava preparado o terreno para as trocas de experiências que teríamos. O gosto pelo cinema foi o detalhe adicional e essencial para que nossa parceria como colegas e parceiros de publicações se estabelecesse e para que viesse ao universo da área no Brasil essa contribuição, em três volumes, de As Relações Internacionais e o Cinema. Trata-se, então, de uma obra que surge do compartilhamento de trajetórias, de preferências e, sobretudo, da vontade de investigar e estruturar recursos para melhor ensinar.Esse terceirovolume, então, foi finalizado em meio ao ano pandêmico de 2020. Para viabilizarmos a sua publicação, embora quiséssemos, não tivemos tempo nem condições de reformulá-lo de forma a incluir nele um tratamento específico da pandemia por meio do cinema.Esperamos, entretanto, que novas oportunidades surjam e que a existência mesma desse livro sirva de incentivo para que mais internacionalistas se juntem nessa abordagem das relações internacionais por meio do cinema, talvez já se debruçando especificamente sob a questão de saúde. De sua parte, esse volume contribui com uma abordagem ampla de diversos aspectos de atuações de organizações internacionais ou de dimensões da governança global que podem ser analisados por meio das fontes cinematográficas. Em seus textos, autoras e autores tiveram ampla liberdade de construção argumentativa, a qual, embora nem sempre coincida com aquela destes organizadores, contribui para compor um tecido multifacetado de abordagens. Além disso, o livro conta comum prefácio do professor Ricardo Seitenfus que, por sua trajetória acadêmica e de funcionário internacional, marcada sempre por uma independência intelectual, nos presenteia com um texto com análise crítica e informações inéditas, representando um v