A obra poética se inspira na tradição japonesa de versos interligados. Tal inspiração vem de Mono-no-Aware (????), um conceito estético e filosófico japonês referente à sensibilidade para com a transitoriedade de todas as coisas. Evoca um sentimentoprofundo e comovente que combina a tristeza pela passagem do tempo e pela perda do que é belo, mas traz uma apreciação da beleza que surge, justamente dessa impermanência. Mas eterno ali, no segundo vivido. O páthos das coisas é realçado no instantepela consciência de sua brevidade: surge da percepção de que tudo - a natureza, estações do ano, sentimentos e vida humana - é temporário. E revela um equilíbrio entre o doce da experiência e o amargo de sua inevitável passagem. A partir dessa dinâmica, os poemas se abrem à reflexão sobre a efemeridade da vida, explorando conexões entre Brasil, Japão e Estados Unidos, com palavras, fragmentos e imagens que expressam e registram a vivência da poeta entre a delicadeza do passageiro e a fricção abrupta do cotidiano e do concreto das esquinas.O livro reúne uma equipe de artistas e colaboradores de diferentes áreas e lugares. O projeto gráfico e design é assinado por Guto Lacaz, que fez todos os livros da Trilogia POP Poesia, desde 2017. O prefácio, a versão para o japonês e as fotografias do Japão são de Patrick Ward, com registros de Fukushima entre 2023 e 2024. As fotografias de São Francisco têm os cenários de Japan Town, Union Square e Bay Área, na Califórnia (EUA), e são de Ana Paula Prado Teeple, 2025. As pinturas são da artista plástica Tieko Iri, em São Paulo. Já as fotografias no bairro da Liberdade, em São Paulo, são registros de 2024 e 2025, no olhar da própria poeta, Paula Valéria Andrade. A quarta capa traz a assinatura de Jorge Luiz Antonio, professor universitário, pós-doutorado em Teoria Literária (IEL-UNICAMP), pesquisador de poesia digital e escritor.