O tema deste livro pode ser definido de modo bastante sintético como a relação entre disciplinas já consolidadas no meio acadêmico como a Psicologia, Filosofia, Educação e a trajetória de uma banda de pop-rock. O título Beatlemania na Psicologia e Educação indica para o leitor que o problema em questão envolve, em última análise, possíveis nexos entre campos sociais distintos e em certos aspectos antagônicos. Enquanto o mundo acadêmico que abriga instituições universitárias de ensino e pesquisaé reconhecido historicamente como locus da produção científica e da chamada "alta cultura", as bandas de rock situam-se na esfera da cultura comercial voltada para o entretenimento. Evidentemente, não se trata neste caso de uma banda qualquer. O quarteto inglês The Beatles é reconhecido como um dos maiores fenômenos da cultura de massa do século XX e ocupa posição de destaque no panteão das grandes personagens da história recente. Além disso, a trajetória da banda é indissociável de um período histórico singular, os anos 60 - década marcada por surtos revolucionários que impactaram especialmente as esferas cultural e comportamental da sociedade da segunda metade do século XX. Nesses processos, a música popular, produzida pela indústria fonográfica e veiculada pelos meios de comunicação de massa, atuou como elemento mobilizador de multidões em escala planetária.