António de Alcântara Machado (1901-1935), herdeiro de uma família tradicional de São Paulo, teve uma passagem fulgurante pelo meio intelectual brasileiro. Mesmo com a morte precoce aos 33 anos, foi jornalista, cronista, crítico literário e teatral, historiador, fundador dos periódicos Terra Roxa, Revista de Antropofagia e Revista Nova, deputado federal eleito em 1934 e autor de três livros que são marcos do nosso modernismo: Pathé-Baby (1926), Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) e Laranja da China (1928).Brás, Bexiga e Barra Funda, cujo título remete a três bairros operários da capital paulista, com forte presença de imigrantes italianos, traz onze contos escritos em uma linguagem veloz e precisa, incluindo clássicos como "Gaetaninho", "Carmela" e "Corinthians (2) vs. Palestra (1)", além de um prefácio intitulado "Artigo de fundo". Este texto, espécie de manifesto do autor, aponta as diretrizes de uma nova prosa, acompanhando as revoluções modernistas que haviam ocorrido nas artes plásticas, na música e na poesia.A presente edição, fac-similar (mas que respeita a ortografia atual), foi organizada pelo editor e crítico francês Antoine Chareyre, também autor do posfácio. O volume inclui notas explicativas aos contos, cinco textos adicionais de Alcântara Machado, bibliografia e uma fortuna crítica que apresenta um verdadeiro achado do organizador: uma resenha de Carlos Drummond de Andrade, inédita em livro, de 1927, assinada com o pseudônimo de Antônio Crispim.
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