Lula, em seu décimo ano de presidência, passou a se considerar o terceiro governante mais longevo do Brasil, atrás de D. Pedro II e Getúlio Vargas. Se o Segundo Reinado ou o varguismo se incorporaram à história, o primeiro quarto do século 21, que se encerra com sua volta ao poder, tem contornos ainda em curso para que se possa enquadrar o lulismo. Durante esse período, o Brasil testemunhou a chegada do primeiro operário à Presidência, a emergência de um populismo de extrema-direita que desafiou Lula e colocou a democracia em risco.O país passou por um segundo impeachment, viu o Judiciário crescer, o Legislativo assumir prerrogativas do Executivo, enfrentou a pandemia, queimadas naAmazônia e o crime organizado infiltrado no Estado.A geração que nasceu em 2003, quando Lula assumiu pela primeira vez, hoje encara um mercado de trabalho informal e forma sua identidade em redes sociais ondeo conflito geracional impulsiona a política. Lula voltou para um governo de transição, mas enfrenta uma extrema-direita mais disruptiva num embate que torna ofuturo ainda mais incerto.