O livro Brilhos na floresta, a ser lançado neste final de ano pela Editora Valer, é uma das obras importantes do seu catálogo, pois, além da narrativa original, que aproxima a prática científica do modus vivendi de gentes da floresta, apresenta-se em quatro línguas: português, japonês, inglês e nheengatu, o que é inédito no Brasil. Quando se comemora o Ano Internacional das Línguas Indígenas, este livro traz a versão em nheengatu, permitindo que uma grande parte dos nativos brasileiros, de várias etnias, possa lê-lo e sentir que pertence à sociedade global. Ainda neste ano, em comemoração ao Ano Internacional das Línguas Indígenas, serão lançadas versões em Tukano e Baniwa.É uma ficção baseada em um registro do "diário de campo", que tem como tema a emoção de um grupo de pesquisadores de, pela primeira vez, ver, na escuridão da floresta amazônica, fungos bioluminescentes. Ele é, também, a consagração de uma amizade entre os autores, que fortaleceram os laços criando uma história humana e importante, tanto para os povos da floresta quanto para os moradores das áreas urbanas. É interessante destacar que o fato narrado neste livro pode ser vivido por qualquer pessoa que saia um pouco das fronteiras das cidades, e que tenha a mesma coragem dos autores de apagar as lanternas, se for o caso, ser vigiada por onças, e entrar no escuro de uma noite sem lua, para ver seres que iluminam e embelezam lugares que muitos de nós desconhecemos totalmente, além de serem úteis, pois, como lemos na narrativa, eles indicaram o caminho de casa para um grupo de indígenas que se encontrava em apuros na floresta, na região da Cabeça do Cachorro.Os personagens da narrativa são os pesquisadores: Noemia Kazue Ishikawa, bióloga, pesquisadora do Instituto Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia-Inpa, dedicada ao estudo de cogumelos, que remete ao seu avô Nobuo, um dos pioneiros na plantação deste fungo no Brasil, e uma das ganhadoras, em parceria com pesquisadores indígenas, do Prêmio Jabuti - 2017, na categoria Gastronomia, com o livro Ana amopö - Cogumelos yanomami; Takehide Ikeda, japonês, pesquisador de cores dos seres vivos, do Centro de Pesquisa de Vidas Selvagens, Universidade de Kyoto/Japão; o indígena Aldevan Baniwa, filho de mãe Tukano e pai Baniwa, agente de combate às endemias, Fundação de Vigilância em Saúde, Manaus/Brasil, Carla Bruno, antropóloga, linguista, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia-Inpa, e o Senhor Aluísio, produtor rural, homem