No Antigo Testamento, somente os patriarcas e os grandes profetas tinham acesso à contemplação do Senhor. Para o homem comum do povo eleito, a proximidade de Deus - e, sobretudo, a sua visão - era motivo de temor: ninguém via Javé sem morrer (cf. Ex 33,20). Com a vinda do Salvador, porém, abre-se um horizonte completamente novo. A Deus, ninguém jamais viu; mas Jesus é o Unigênito que está no seio do Pai, e quem o vê, vê o Pai (cf. Jo 14,9).Desde a Encarnação do Filho de Deus, não há acesso ao Divino sem a etapa prévia do encontro pessoal com Ele; e na oração contemplativa podemos repetir, de modo sempre novo, a substância inesgotável do Evangelho. A Humanidade santa do Senhor será o alimento insubstituível para isso: encher-nos-á de alegria descobrir que o Amado tem um rosto humano, por meio do qual descobrimos a face de Deus. Ele desce até a pequenez de nosso ser material com um rosto físico: o rosto de um filho de Adão como nós.