Cela: aquilo que te restringe. Aquilo clausura, te inexpande, ou te introspecciona. Aquilo "onde", nunca "lugar", no qual se está sem querer, se está, e se sai só com a mente. Até que se encerre seu período de clausura, ainda que esse nunca se acabe. Os textos que compõem este livro tratam das digressões sobre os temas menos relevantes da vida e sobre os mais relevantes também, em mesma medida. São textos acadêmicos, porque o exercício do pensamento requer a disciplina empírica, metódica, e tomam notas de referências da mais absoluta grandeza - ou pequenez. E não são textos acadêmicos porque são provenientes de uma escola infundada ou insensata, mas útil. A escola da licença poética, essa escola que passeia pelos rumores tanto da vontade quanto da mentira, tanto da displicência quanto da verdade, essa que é a mais peripatética das escolas, porque só te abandona quando o raciocínio e o fascínio também se retiram. Este não é um livro-ensaio, porque está tudo acabado, pronto. As palavras reescritas nele estão prontas desde antes de serem ditas ou escritas. Este é um livro-ensaio para a polissemia, porque não está, nem estará, pronto de interpretações. É o ensaio de onde eu saio, é a cela onde eu entro.
Avaliar produto
Preencha seus dados, avalie e clique no botão Avaliar Produto.