Em Clube dos membros fantasmas, Lucas Ferreira constrói uma poética em que a perda, a memória e o amor se desdobram em imagens de precisão quase matemática, sem abrir mão da ironia amarga e do lirismo. O livro articula uma imaginação singular, que atravessa o corpo, o cotidiano e a linguagem, reconfigurando-os em cenas de estranhamento e delicadeza.Os poemas, em sua arquitetura fragmentária e inventiva, evocam tanto a tradição moderna da poesia brasileira quanto abrem espaço para uma voz radicalmente contemporânea, que experimenta com o humor, a fabulação e a falha como matéria estética.Trata-se de um livro que interroga o que permanece após a experiência da perda: amores, casas, corpos e nomes retornam como espectros, compondo um inventário de presenças ausentes. Ao reunir essas figuras no "clube" de sua poesia, Lucas Ferreira cria um espaço de ressonância entre a intimidade e a história da literatura, propondo uma obra de alcance ao mesmo tempo pessoal e coletivo.