A literatura é a arte de usar as palavras, e o escritor é seu artesão. Não se trata de um chavão, mas de uma verdade de primeira importância. A fim de orientar o jovem aprendiz, o autor logo estabelece um princípio básico: o escritor precisa antes dominar a parte "física" e mais "mecânica" da língua, deixando-se guiar pelos mestres e praticando a escrita com regularidade, para ser capaz, no início, de escrever corretamente, corrigir deslizes alheios, bem como descrever em modo organizado e sucinto. Ainda que exista o poderoso instinto de vocação, ninguém nasce ou se torna escritor do dia para noite; é preciso esforçar-se dia após dia para se aprimorar no ofício e captar, aos poucos, os aspectos estritamente literários e formar o próprio estilo. Em seguida, Bennett descreve cada gênero literário, do jornalismo ao conto, do romance à escrita não-ficcional, demarcando as qualidades próprias de um contista, ou as possíveis áreas de mercado em que um repórter pode se aventurar. Para guiar oaprendiz a escritor na sua constante labuta com as palavras, ninguém melhor do que Arnold Bennett, um verdadeiro o mestre no ofício da ficção.