Em uma carta de 15 de julho de 1755, o sábio Pontífice Bento XIV declarou que a Teologia Moral era de muito grande utilidade e encontrara o aplauso universal: utilissimum et probatissimum. O Compêndio começou a ser redigido um tempo depois, mais precisamente em 1865 e foi concluído no ano seguinte. Temos convicção de que todos os elogios destinados à obra magna de Santo Afonso podem ser repetidos à belíssima síntese, feita pelo irmão de Santa Paula Frassinetti, que quando lançada se tornou um estrondoso sucesso.As matérias do Compêndio de Teologia Moral são expostas, de maneira resumida, com método, clareza e assertividade, seguindo a estrita ordem da Teologia Moral. Sabemos que o caminho do céu é o caminho dos mandamentos, "caminho apertado", disse Nosso Senhor, que deve ser trilhado por todos que se querem salvar. O diretor espiritual deve manter esse caminho tal qual Deus o fez, sem alargá-lo nem estreitá-lo. Alargando-o sem se importar com as leis, relaxa as rédeas para as paixões e leva à perdição; estreitando-o com leis que não existem, impõe aos fiéis um jugo intolerável e os afasta do serviço de Deus.Pensando nisso, o autor do Compêndio escreveu seu magnífico trabalho a fim de que os iniciantes pudessem ter uma acessível introdução ao estudo da Teologia Moral, bem como os progredidos já instruídos na doutrina tivessem à mão um livro para consulta rápida, recordando as lições aprendidas e dirimindo as questões da consciência sem tantos pormenores, que poderiam seraprofundadas em outro momento.As controvérsias no campo moral são importantíssimas. É preciso notar que muitas leis, por causa da fraqueza do nosso espírito, parecem-nos duvidosas ou mais ou menos prováveis. A título ilustrativo, Deus proíbe o homicídio, isto é certo; mas não haverá circunstâncias em que a sociedade, ou até o indivíduo, possa dar a morte sem transgredir a lei divina? E até onde é que se estende essa lei com relação aos sentimentos e aos atos que se referem mais ou menos ao homicídio? Sobre todos os preceitos do Decálogo, sobre todas as leis da Igreja, pode-se fazer uma multidão de perguntas, que dão lugar a milhares de casos de consciência. Em todos esses casos, há razões de crer que existe uma lei, e, por conseguinte, uma obrigação; há também razões de crer que ela não existe, e que por isso o homem permanece livre. Sobre que princípio se apoiar para se decidir a favor da lei ou a favor da liberdade?Santo Afonso, que recebeu de Deus espírito lúcido, memória tenaz,