CONSELHO DE SEGURANÇA E O SEU PAPEL NO SÉCULO XXI - ONU POR UM MUNDO UNO - PREFÁCIO DE DALMO DE ABREU DALLARI - APRESENTAÇÃO DE ALBERTO DO AMARAL JUNIOR
CONSELHO DE SEGURANÇA E O SEU PAPEL NO SÉCULO XXI - ONU POR UM MUNDO UNO - PREFÁCIO DE DALMO DE ABREU DALLARI - APRESENTAÇÃO DE ALBERTO DO AMARAL JUNIOR
A nova ordem internacional surgida dos escombros da Segunda Guerra resultou na criação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão concebido para constituir os Estados Unidos, a União Soviética, a China, o Reino Unido e a França em diretório responsável pela neutralização das ameaças à paz e à segurança internacionais. A despeito da euforia pelo fim dos combates na Europa, os Estados-membros da ONU malograram, nas décadas seguintes, seu intento de preservar as gerações futuras do flagelo da guerra.O órgão de segurança onusiano viu-se paralisado pela disputa ideológica entre a cosmovisão socialista e a capitalista. Décadas mais tarde, o surpreendente abandono da experiência coletivista na Europa do Leste e a dissolução política da superpotência soviética criaram enormes expectativas sobre o novo papel do Conselho na ordem em construção. Muito embora o órgão de segurança tenha logrado, desde então, atuar com maior eficácia e legitimidade em todos os Continentes, não pôde evitar a profusão de conflitos nacionalistas, religiosos, étnicos e culturais, surgidos na última década do século XX. Ao mesmo tempo, a almejada reforma da sua arquitetura funcional não se pôde concretizar.O início do século XXI impôs novos constrangimentos àdesejada atualização do Conselho. Após os atentados terroristas aos EUA, no dia 11 de setembro de 2001, a Casa Branca levou a superpotência hegemônica a um incômodo solipsismo decisório em desfavor da ONU, considerada obsoleta para os interesses dapolítica externa neoconservadora de Washington, na nova ordem unipolar.No curso dos últimos anos, a rediviva crise global - resultante do fracasso na invasão do Iraque pelos EUA, do risco de proliferação nuclear em Estados como a Coréia do Norte e oIrã, da ameaça de esgotamento ambiental do Planeta, entre outras - novamente convida os governos nacionais à ação coletiva. Com a simbólica vitória do democrata Barack Hussein Obama nas eleições presidenciais dos EUA, em 2008, renasce a esperança dereforma do Conselho de Segurança, a partir de uma noção mais completa da segurança coletiva, que apoie a ação legítima e eficaz da ONU na pacificação institucionalizada do mundo, a principal missão do Direito Internacional no século XXI.