Marcelo Lira Silva mostra ao leitor, en?m, como toda a formulação teórica e ?losó?ca de Habermas encontra-se na área da tentativa de reciclar a hegemonia liberal-burguesa na época da crise estrutural do capital. A so?sticada teoria da modernidade incompleta, do novo contrato social, da democracia deliberativa, é um empenho, por parte do prestigiado ?lósofo alemão, de tentar diluir a centralidade do trabalho na sociabilidade burguesa, a empanar o antagonismo social, a luta de classes, e de oferecer nova roupagem ao liberalismo e à hegemonia burguesa. O objetivo é ainda seduzir as classes subalternas com a ilusão da generalização do estatuto de cidadania e estimular a organização em ONGs e em movimentos sociais particularistas. Acontece que a proposição de Habermas se perde na abstração e no transcendentalismo. A racionalidade do agir comunicativo se perde em meio à regressão cultural - na verdade, uma sua faceta - e à barbárie gerada pela crise do capital, com seus desdobramentos de guerras, de massacres, de doenças, de fome. O eurocentrismo de Habermas também ?ca claramente mostrado e os dias que correm nos jogam na face como a barbárie engole também o núcleo imperialista conforme a crise avança.Marcos Del RoioProfessor titular de Ciências Políticas da Unesp