Humor e música são a melhor dupla desde vinho tinto e queijo suíço, e Tom Cardoso é bom de escrever sobre ambos os assuntos. E, sim, ele escreve bem também sobre vinho tinto, queijo, sabão de coco, motoqueiros chatos e o que mais lhe inspirar críticas ou crônicas.Para mim é inevitável compará-lo a outro meu herói, Stanislaw Ponte Preta, elogiosamente para ambos.Stanislaw (1923-1968) tinha o dom de fazer o Rio de Janeiro dos anos 1960 parecer interessante e pitoresco para este paulistano que vos tecla nos dias de hoje.Do mesmo modo, penso que Tom Cardoso fará a Sampa dos anos 2020 parecer pitoresca e interessante até para saturninos e marcianas nos anos 3000.Ou seja, a boa crônica mostra que uma cidade viva do dia a dia é muito mais atraente que a dos suplementos turísticos e cartões postais, ainda que pelo prisma do Humor e da irreverência - ou justamente por causa deste.E já que este livro inclui uma crônica sobre psicografia, cabe aqui uma pergunta: será TC a reencarnação de Stanislaw?Ayrton Mugnaini Jr."