Em Dança solar, Modris Eksteins, historiador de renome e autor best-seller, traça mais um de seus vastos panoramas, lançando luz sobre o conturbado intervalo que vai da Primeira Guerra Mundial até a queda do Muro de Berlim. Com olhar perspicaz, Eksteins penetra as camadas mais sutis da cultura e da política ocidentais, revelando as tensões e transformações que marcaram esse período decisivo. Esta obra, que sucede A sagração da primavera (2021) e Desde o romper da aurora (2024), investiga o legado de Van Gogh e as complexas relações entre verdade, fama e as crises que abalaram a Europa no entreguerras, abordando questões que seguem urgentes - como a legitimidade e a mentira. Eksteins sustenta que a arte de Van Gogh saciou a sede por transcendência, numa época dominada pela razão, ao mesmo tempo que alimentou a mercantilização da cultura e a falsificação: o pintor holandês transformou-se em um ícone moderno que, para alguns, simboliza renascimento; para outros, excesso. Nesse contexto, desponta a história de Otto Wacker, um marchand berlinense que lançou no mercado supostas obras do artista e chegou a ser julgado por falsificação. Entre debates inflamados de especialistas e técnicas científicas inconclusivas, põe-se em xeque a própria noção do que chamamos verdade.