em das coisas do campo (de re rustica), obra de velhice do escritor romano marco terêncio varrão (116-27 a.c.), decerto o maior erudito dos tempos de júlio césar, expõem-se ao público muitos saberes e técnicas atinentes à economia rural itálica coeva. o assunto de seus três livros, assim, corresponde, respectivamente, à agricultura e à arboricultura, à pecuária de grande e pequeno porte e à uillatica pastio, ou criação de animais miúdos aves, peixes, caracóis, lebres, abelhas... nos entornos dasuillae, as casas-sede das antigas propriedades fundiárias romanas. o modo de escrita escolhido para a transmissão desses saberes agronômicos, que se afina com os ditames do gênero antigo do diálogo, contribui para o enriquecimento literário e a vivacidade expositiva do texto: esse acolhe a interagirem ficcionalmente personagens como o próprio varrão e seu sogro, fundânio, em leves, bem-humoradas e, por vezes, eruditas conversas sobre os temas da vida rural na roma republicana.