***Que tal desvendar poemas como se fossem enigmas? Em De Versos Sentidos, o poeta Paulo Esdras desvela a poética concreta de uma forma nunca vista antes, manipulando as palavras, a semântica e a sintaxe para compor poemas visuais que permitem várias possiblidades de leitura. Assim como num enigma, o leitor irá descobrindo pouco a pouco novas portas e esconderijos nos versos, sílabas e até nas letras! Alguns poemas diferem da poesia concreta tradicional - caracterizada pelo laconismo - para um texto mais rico de palavras, porém mantendo a polissemia e imagética, num estilo singular em que amplia a semântica, violando as estruturas silábicas e sonoras das palavras e as intercalando geometricamente até compor um signo poético que agrada ao nosso paladar intelectual. Um ótimo livro também para os jovens, que se sentem desafiados na decodificação dos enigmas poéticos e acabam entrando gradativamente no mundo da poesia. A obra De Versos Sentidos reaviva e abrilhanta a poesia de essência concreta brasileira com novos talhes e se insere como nova preciosidade no cabedal da poética de nosso país. ***Novidade na poesia visual brasileira O nome "De Versos Sentidos" faz jus à arte literária do poeta Paulo Esdras que, com maestria, manipula as palavras, a semântica e a sintaxe para compor poemas que permitem várias possiblidades de leitura. O livro é uma bela antologia poética em que o autor apresenta diversos poemas de semblante concreto muito bem arquitetados. Assim, num estilo singular, o poeta amplia a semântica, viola as estruturas silábicas e sonoras das palavras e as intercala geometricamente até compor um signo poético que agrada ao nosso paladar intelectual. Segundo o professor de Literatura Brasileira, Vald Ribeiro: "O poema Lar é um belo exemplo dessa arquitetura: palavras, ritmo e geometria se unem para compor a figura de uma casa simétrica em que perfil, portas, janelas e alicerce se destacam no desenho, tudo arquitetado com palavras e espaços vazios. O poema vai além da plasticidade porque pode ser lido e sentido de duas formas. A leitura pode começar pela cumeeira e seguir na horizontal encaminhando-se pelos versos casa afora, para compor o primeiro discurso poético. Também pode ser lido apenas pela fachada, a começar pelo topo, formando assim um novo discurso". E assim se faz em seus outros poemas, brincando com as palavras, versos, tijolos semânticos na construção de um novo jeito de ler