Em 18 de março de 1967, uma grande tragédia se abateu sobre a cidade de Caraguatatuba: milhares de deslizamentos e fluxos de detritos nas encostas da Serra do Mar. Registros oficiais contam 436 vidas perdidas, mas há estimativas que mencionam muito mais, além da perda de várias residências e a insalubridade do município após o ocorrido.De uns anos para cá, fortes chuvas causaram mais deslizamentos de terra na região, embora nada parecido com a magnitude do evento de 1967. Mesmo assim, essasnovas ocorrências assustaram a população de Caraguatatuba, sobretudo os sobreviventes da tragédia de décadas atrás. Com isso em vista, verificou-se a necessidade de disseminar a cultura de conscientização e prevenção de riscos associados a eventos danatureza. Ainda que sejam eventos naturais, de difícil previsibilidade, é possível extrair conhecimentos técnicos para reduzir impactos na população que vive sob constante ameaça desse tipo de fenômeno.Nesse contexto, os autores de Debris flow na Serra do Mar assumiram o desafio de reunir informações sobre a tragédia de 1967, relacionadas a geologia, geotecnia, clima, vegetação arbórea da serra, datações em amostras de madeira coletadas em sondagens profundas, sismologia e áreas de risco, eaté mesmo relatos de pessoas que presenciaram o evento.Abordando desde os conceitos mais básicos sobre corrida de detritos até as características da Serra do Mar que podem ter contribuído para esse cenário, a obra se debruça nas conclusões tiradas do evento no passado para, então, especular a possibilidade de ocorrência de debris flow no futuro, apontando as decisões tomadas para evitar grandes impactos e proteger a população.