Em referência ao período medieval, M.-D. Chenu constitui uma das raízes mais profundas do novo estilo de "história" e de "história da filosofia" praticadas no século XX. Nestes breves ensaios, Chenu apresenta uma das mais sugestivas ilustrações na era da civilização denominada "idade média" ocidental: o despertar da consciência. Para ele, houve tempos fortes, sobressaltos e inovações nas consciências que foram decisivos para a evolução então inaugurada, e o século XII é o pivô dessa evolução. Tanto em sensibilidade espiritual como em elaboração doutrinal, é no século XIII que o tema será levado à maturidade, sobretudo com a entrada massiva e provocante da filosofia grega. Mas o século XII é a idade do despertar, com suas ingenuidades, sua inovação, suas seduções sumárias. "O texto de Chenu, embora já bem datado, não perdeu sua atualidade. Ao contrário, embora as pesquisas nas áreas por ele tocadas tenham avançado consideravelmente, seu livro não contém erros de interpretação, pois sua fineza produziu um texto repleto de intuições sutis ainda válidas para o leitor que queira se aproximar dos séculos XII e XIII. Aqui está a razão de Chenu ser considerado um dos principais protagonistas do movimento de renovação dos estudos medievais no século XX. A ele nossa homenagem."