Milton Gustavo dá voz a um velho cínico - uma das vozes mais marcantes da ficção recente - cuja sinceridade fere, diverte e redime; um treinador que crê na capacidade humana de controlar o futuro por meio do trabalho e da vontade.Num mundo onde a Providência age discretamente entre empresários corruptos, ídolos decadentes e golpes baixos, surge Zezão, um campeão improvável, que é mais que um pugilista: é o anti-herói de uma epopeia nacional às avessas, um retrato vivo da alma brasileira, oscilando entre o riso e a ruína, a gambiarra e a glória.Ao evocar os anos noventa com precisão e irreverência, sem concessões ao politicamente correto, este clássico em formação entrelaça humor mordaz, memória inventada e crítica feroz ao nosso tempo.Semifinalista do Jabuti, saudada por críticos como "absolutamente excepcional" e comparada à prosa de Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca, O Deus oculto no canto do córner, revigorada em segunda edição, é um raro exemplo de narrativa que une fôlego literário, sátira corajosa e um aceno redentor à alma brasileira.