Cerrado, pantanal, Amazônia, fogo, máquinas, garimpo e... é a "boiada que passa": quão frágeis seriam então as fronteiras que se procurou assegurar por legislação, demarcando os territórios da união destinados a uma outra relação com a terra - não aapropriação violenta, a propriedade privada herdada e amplificada no território, seja pelo assentimento, seja pela omissão dos governos. Gesto de demarcação como modo de permitir hoje outras possibilidades de significação da terra, coletivas, ancestrais, no país das grandes propriedades, dos latifúndios, e ainda assim possibilitar que uma ciência própria tenha futuro. E sei que foi com muito, muito trabalho: trabalho de pesquisa nas diversas áreas, junto a toda a resistência de quilombolas, ribeirinhos e comunidades indígenas, e trabalho na política institucionalizada mesmo, com as ONGs, os parlamentares, as universidades, que se constituiu uma legislação ambiental reconhecida internacionalmente. E é por isso que em 2020 vê-se em curso esseprocesso amplo de destruição: é preciso acabar também com a Educação, com a Ciência, com as Universidades, porque elas têm atuado junto à(s) população(ões), ou seja, contra o extermínio dos "outros sujeitos", os "fora do mercado", elas têm atuado, mesmo que menos do que poderiam, contra a aniquilação da pluralidade de culturas: extermínio, aniquilação, o mesmo fato tão banal de nossa história colonial.