Um, alto e magro. Outro, estatura média e robusto. Um, do norte da França. Outro, do sul. Um, ponderado e de gênio tranqüilo. Outro, impetuoso e colérico. Um, de origem nobre. Outro, plebeu. Ambos, oficiais de cavalaria do exército de Napoleão. São D'Hubert e Feraud, os duelistas de Joseph Conrad.O leitor os encontra ainda tenentes e é levado até o fim ao longo de uma seqüência de duelos que se estende por anos. Ao fundo, a era napoleônica - as batalhas na Europa, a retirada de Moscou, o governo dos Cem Dias, Waterloo, a Restauração, ministros ardilosos, vinganças políticas, todo um cenário dominado pela figura daquele que se tornaria o Homem de Santa Helena.No entanto, a história é apenas o contexto em que a ação discorre. O que fica, como de costume em Conrad, é uma questão de honra e as perguntas morais tendo de ser resolvidas antes na cabeça do que na espada ou na pistola. O ambiente histórico, detalhado e na medida, empresta um charme a mais à trama de dois personagens acometidos por inquietações que assaltam qualquer ser humano.O duelo, em volume único, era inédito até agora no Brasil. Sua edição original foi feita em livro ilustrado sob o título The Point of Honour. Em 1908, juntou-se a outras cinco histórias em Aset of six e, na nota de abertura para a edição de 1920, Conrad considerou aquele o seu devido lugar. Por mais que o autor indique o contrário, o conto encerra um universo tão bem construído que merece a atenção e o cuidado de uma edição separada. Em1977, o diretor inglês Ridley Scott transformou o enredo em filme. Com Keith Carradine no papel de D'Hubert e Harvey Keitel no de Feraud, Os duelistas alcançou grande êxito em todo o mundo.
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