O debate em torno do analfabetismo - ou letramento, como preferem muitos autores brasileiros - vem se alimentando de outras fontes e respondendo a outros problemas sociais e culturais que não só os da educação. Teorizando sobre a oralidade e cultura escrita, especialista de diversas disciplinas vêm tentando compreender de que maneiras a linguagem constitui os seres humanos, como as tecnologias da comunicação moldam os conteúdos do conhecimento ou, ainda, como se assemelham e diferenciam-se as culturas ditas tradicionais e modernas. Nessa linha de investigações, veio se delineando um conceito multidimensional de analfabetismo, que focaliza principalmente as práticas sociais em que a leitura e a escrita se realizam e que abarca não só a sua aprendizagem inicial, mas diversos níveis e tipos de habilidade cognitiva. Sem dúvida, todos esses problemas são da mais alta relevância para os educadores, já que a escola tem sido a principal agência de alfabetismo nas sociedades ocidentais contemporâneas. desse modo. o tema "alfabetismo" retorna ao campo da educação de adultos, enriquecido por novas perspectivas teóricas