O que gostaria de frisar é que nos últimos anos, na poesia do Ronald, há uma notável acumulação, em grau que não vejo ocorrer em nenhuma outra poética que acompanho. Enquanto outras autoras e outros autores facilitam o trabalho do leitor, "dão pezinho" ou "dão uma mãozinha", como se diz, ou uma ajuda que vem de cacoetes não de todo conscientes a esses autores, com a poesia de Ronald, especialmente neste livro, é preciso encarar o poema, sua própria forma desnaturaliza o gesto de ler e interrompea maneira mais ou menos sonâmbulaem que vivemos.