"Pode o itinerário existencial de um homem que viveu sempre na montanha do Sinai, numa época muito remota, ter alguma atualidade para nós? Num primeiro momento pareceria que a resposta deve ser 'não', porque João Clímaco está demasiado distante denós. Mas se observarmos um pouco mais de perto, veremos que aquela vida monástica é apenas um grande símbolo da vida batismal, da vida do cristão. Mostra com caracteres grandes, por assim dizer, o que nós escrevemos no dia-a-dia com caracteres pequenos. Trata-se de um símbolo profético que revela o que é a vida do batizado, em comunhão com Cristo, com a sua morte e ressurreição. É para mim particularmente importante o fato de que o ápice da 'escada', seus últimos degraus, são ao mesmo tempo asvirtudes fundamentais, iniciais, mais simples: a fé, a esperança e a caridade. Não são virtudes acessíveis apenas a heróis morais, mas um dom de Deus para todos os batizados: nelas cresce também a nossa vida. O início é também o fim, o ponto de partida