Este livro reúne práticas de pesquisa e intervenção que utilizam o dispositivo das escrevivências, inventado por Conceição Evaristo, como uma perspectiva política de escrita. Os textos nos convocam a investigar mais profundamente as conexões entre odispositivo de escrita e as perspectivas metodológicas e epistemológicas dos saberes da psicologia e da psicanálise. Interrogam nosso saber provocando fissuras para acolher outros horizontes político-epistêmicos. Contribui, de um lado, para consolidar a legitimidade da proposta no campo acadêmico e, de outro, para qualificar e potencializar seu rigor político, epistêmico e metodológico. Ao reunir os caminhos que já foram abertos por outras pesquisadoras, pavimentamos o terreno na defesa políticadas narrativas negras. Esperamos que as potentes e criativas construções contribuam com novas pesquisas no âmbito da graduação e da pós-graduação. O livro se divide em duas seções: na primeira, reunimos reflexões teórico-epistêmicas que conectam as escrevivências aos campos da psicologia e da psicanálise; na segunda, temos relatos de pesquisas e intervenções realizadas em diferentes universidades brasileiras, incluindo algumas realizadas em grupos de pesquisa. Nesta obra você encontrará pesquisadoras vinculadas a oito universidades, de quatro regiões do país, mas que trazem como bagagem em suas trajetórias um trânsito ainda mais amplo por diferentes territórios periféricos que marcam orientações teóricas e políticas implicadas na luta contra o racismo, o sexismo e outras formas de opressão. Esta coletânea é dedicada à vida, à história e ao ímpeto intelectual constituído por Conceição Evaristo e esperamos que seja uma singela contribuição a esse trabalho tão importante que ela vem desenvolvimento ao ocupar um lugar de destaque na produção do conhecimento.