A análise historiográfica deve ir além do mero inventário das obras publicadas, para buscar compreender as tensões e disputas em torno da escrita sobre o passado. A prática historiográfica, ao exigir uma investigação acerca da construção da memória,mostra a importância de pôr esse questionamento à própria disciplina, como forma de entender suas produções como construções datadas e temporais. Ao introduzir o problema da constituição de uma memória no interior da investigação histórica, podemos desvendar mecanismos de sacralização ou omissão de certos nomes nos panteões constituídos de forma póstera da História como disciplina. Convidamos os autores à escrita de capítulos sobre historiadores e historiadoras que, por algum motivo, gozaram dealgum reconhecimento em suas respectivas áreas de atuação, entretanto, por motivos descritos acima, são omitidos nos balanços da historiografia. Ou mesmo de historiadores que, por se debruçarem sobre gêneros e práticas de produção do conhecimento histórico considerados secundários, são deixados à margem desses balanços. Acreditamos que dessa forma possamos alcançar uma visão mais "poliédrica" e menos linear e sucessiva da História do Brasil.