O livro Escutas: práticas públicas, experimentais e engajadas, organizado por diversos autores, propõe uma reflexão sobre as práticas públicas de promoção da saúde mental no espaço urbano, analisando experiências experimentais conduzidas por diferentes grupos sob perspectivas política, técnica e ética. A obra apresenta iniciativas inovadoras que dialogam com práticas consolidadas, enfatizando a importância da criação de espaços de convivência que favoreçam o bem-estar emocional e a inclusão de práticas culturais e sociais na abordagem da saúde mental. Um dos pontos centrais discutidos é a escuta como ato político, capaz de desconstruir relações de poder e exclusão. O livro também apresenta modelos alternativos de atendimento, como a Clínica Aberta, que flexibiliza o cuidado para populações vulneráveis, e a Perifanálise, que busca integrar a psicanálise ao contexto das periferias. Além disso, explora intervenções que unem psicanálise e arte para atender pessoas em situação de rua, incluindo experiências terapêuticas nas quais os profissionais se vestem de palhaços para promover vínculos e acolhimento. A obra defende a importância da psicanálise no Sistema Único de Saúde (SUS) como alternativa aos modelos assistencialistas tradicionais. O livro se encerra com a peça Traga-me a cabeça de Lima Barreto, que propõe um diálogo entre a obra do autor e questões sociais contemporâneas, como o racismo estrutural e a exclusão social.